“Crime é negócio rentável” diz comandante da Polícia Militar do Paraná
19 de set de 2017 | Escrito por ACP
Atendendo convite do Conselho de Segurança (Conseg) da Associação Comercial do Paraná (ACP), o coronel Maurício Tortato, comandante geral da Polícia Militar do Paraná (PMPR) disse nessa terça-feira (19), em concorrido encontro na sede da entidade associativa do setor de comércio e serviços, que “o crime é um negócio rentável”, daí derivando “a grande dificuldade que os organismos policiais enfrentam para combatê-lo”.
No entanto, assegurou que “a Polícia Militar do Paraná está trabalhando e muito no sentido de coibir a criminalidade e defender a sociedade”, assumindo o compromisso de agir de forma integrada com os conselhos comunitários de segurança e atendendo as reivindicações da classe empresarial, tanto em Curitiba como nos demais municípios do Estado.
Na saudação feita ao comandante geral da PM, o presidente da ACP Gláucio Geara reiterou que o crime prospera quando há uma situação favorável na economia e na política, acentuando que “nos últimos 30 meses o país vive essa atmosfera que também contamina o Paraná”.
Tortato não apenas concordou com a afirmação, mas acrescentou que “o momento vivido no país é inédito e histórico, forçando o organismo policial a agir com maior rigor”. Revelou que no Paraná existem cerca de 5 mil tornozeleiras eletrônicas e que, em breve esse número deve dobrar, informando que “a PM anota uma média diária de 278 violações do regulamento de uso do equipamento, ou seja, um fator de incentivo ao crime pela sensação de tolerância por parte das autoridades”.
Afirmando que a PM está aberta às críticas da opinião pública no sentido de aperfeiçoar o combate à sistemática do crime, Tortato lembrou que “já fazemos muito, mas é preciso fazer mais e melhor” reafirmando no ato o compromisso absoluto da corporação que completou 163 anos de atividades em agosto passado, de atuar de forma integrada com os conselhos comunitários de segurança.
Dispondo de 21,5 mil integrantes distribuídos em todo o Estado, com o auxílio de sete mil viaturas, aeronaves e barcos, a PM “registra mais de 98% de acertos nas ocorrências em que é chamada a intervir”, revelou o comandante, acrescentando que a estatística revela que no universo da atividade policial, somente em Curitiba e região metropolitana 2 mil chamadas de emergência são atendidas diariamente, das quais 1.140 na capital.
De acordo com estimativas feitas pelo setor de inteligência da PM, no final do exercício de 2017 “mais de 1 milhão de ocorrências serão atendidas pela Policia Militar e Corpo de Bombeiros” nas áreas de direitos humanos, meio ambiente, patrulha escolar, operações aéreas, operações especiais, combate a incêndios, defesa civil, ações comunitárias e apreensão de armas e drogas, entre outras intervenções.
O coronel Tortato disse ainda que a PM está envolvida na maioria dos eventos sociais, artísticos ou esportivos realizados no Estado, “desde uma simples quermesse de igreja ao mais importante clássico do nosso futebol”.
Repetindo que “o crime é um negócio rentável e, por isso, difícil de ser combatido”, o oficial citou o número de policiais mortos em serviço – 242 no ano passado – “uma estatística que a PM fará todo o esforço para diminuir” segundo seu comandante geral.
O comandante Maurício Tortato estava acompanhado pelo coronel Merino de Brito, coordenador estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança e outros oficiais superiores da hierarquia policial, no encontro prestigiado pelos vice-presidentes da ACP, Camilo Turmina, Mario Pereira e Geraldo Luís Gonçalves, além do coordenador do Conseg, Acef Said e grande número de convidados.
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