ACP divulga carta ao governador do Paraná demonstrando sua preocupação com situação fiscal do estado
09 de out de 2019 | Escrito por ACP
Demonstrando preocupação com a situação financeira do Governo do Estado, a Associação Comercial do Paraná enviou carta ao governador Carlos Massa Ratinho Jr., nesta quarta-feira (09/10). No texto assinado pelo presidente da entidade, Gláucio Geara, a ACP diz que “o Paraná enfrentará não mais um contingenciamento de verbas, mas sim um enxugamento de gastos da ordem de 25% a 30% das despesas de todas as secretarias”.
O texto ao governador lembra que os empresários já fazem sacrifícios com “um significativo peso tributário” e que é necessária a participação de representantes dos três poderes para sanear as contas públicas. Confira a íntegra da carta aberta divulgada pela ACP:
Excelentíssimo Senhor
Carlos Roberto Massa Junior
Governador do Estado do Paraná
NESTA CAPITAL
Prezado Senhor
Diante das informações divulgadas pelo Secretário Estadual da Fazenda, Renê Garcia Junior, ao jornal Gazeta do Povo, edição de 6 de outubro. (https://www.gazetadopovo.com.br/parana/governo-parana-cortes-30-porcento-despesas-2020/), sobre a necessidade de se realizar corte nas despesas públicas do Paraná para 2020, a Associação Comercial do Paraná (ACP) volta a manifestar seu posicionamento sobre a situação fiscal do Estado, a exemplo do que já fez em julho deste ano, quando dirigiu carta aberta (em anexo) à sociedade civil paranaense e aos poderes públicos.
Em nossa manifestação, alertávamos para o crescimento das despesas públicas com a folha de pagamento, que chegava a 72% da receita corrente líquida, comprometendo investimentos em infraestrutura. Na ocasião, fomos confrontados e acusados, por determinados setores, de não compreendermos a realidade fiscal do estado. O tempo provou que sim. E a situação pode se agravar.
Disse o secretário à Gazeta do Povo que o Paraná enfrentará não mais um contingenciamento de verbas, mas sim um enxugamento de gastos da ordem de 25% a 30% das despesas de todas as secretarias. “Estou muito preocupado. O cenário brasileiro manda “sinais ruins” sobre 2020, com ausência de perspectiva de crescimento econômico. Não posso ser otimista. Trata-se de cortar as despesas essenciais em patamares bem elevados”.
Os empresários paranaenses estão arcando com um significativo peso tributário. Não é mais possível exigir novos sacrifícios neste quesito. O futuro difícil que vislumbrávamos em julho chegou bem antes do que o esperado. Os recursos do Fundo de Previdência aproximam-se do fim. A Reforma da Previdência empaca no desinteresse de deputados e senadores e demora a ser aprovada. Sem ela, o futuro do país como um todo corre sérios riscos.
Voltamos a propor a necessidade de se promover uma ampla reforma administrativa, que elimine benefícios anacrônicos e acabe com o crescimento inercial da folha de salários. Já apresentamos proposta neste sentido aos candidatos ao governo do Estado, antes das eleições de 2018.
Com o agravamento da situação financeira dos cofres públicos paranaenses, entendemos que passa a ser obrigatória a participação de todos os setores no processo de recuperação da economia e da situação fiscal do Paraná. Devem participar os integrantes do Poder Judiciário e do Ministério Público, professores e representantes das Universidades estaduais, dentre outros.
Mais uma vez reafirmamos o compromisso de apoiar o Governo, com a participação de empresários de todos os setores, a levantar a economia, fortalecer a arrecadação e a promover o retorno ao pleno emprego.
Atenciosamente
Glaucio José Geara
Presidente
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