Economista espanhol fala na ACP sobre economia sustentável
06 de nov de 2018 | Escrito por ACP
Dinheiro e consciência foi o tema da palestra do economista e empresário espanhol Joan Melé em evento realizado na Associação Comercial do Paraná pelo Instituto de Inovação. Melé foi diretor geral do Triodos Bank, banco holandês pioneiro e reconhecido como “banco ético”, ao atuar com a missão de financiar empresas, instituições e projetos que promovam valores culturais, beneficiem a sociedade e o meio ambiente.
No Brasil para uma série de eventos promovidos pelo EcoSocial e pelo Instituto Liga Social, Melé jogou luz sobre a importância da consciência a respeito do significado do dinheiro. “Ele pode ser usado por pessoas e empresas para mudanças positivas e sustentáveis no mundo. É possível quando vemos mais valores agregados aos fins propostos, do que apenas o lucro pelo lucro”, disse.
CRISE E PROPÓSITOS
Melé sugeriu reflexões sobre a crise do modelo econômico atual, ressaltando as diferenças sociais mundiais, a falta de ética e de valores, os gargalos da educação convencional e a inexistência de uma educação financeira, entre muitos outros fatores que contextualizam o que ele destaca como “uma ferida social e ambiental que precisa ser curada”. Para isso, pontuou a necessidade de uma estrutura social fundamentada no ser humano. “Estamos a serviço do dinheiro, ou a serviço do ser humano?”.
Joan trouxe o propósito como sendo o fundamento para a geração das ideias, dos processos e dos objetos resultantes para a sociedade. “As ideias criam os modelos sociais. Portanto, modelos sem propósitos resultarão em perda da ética”, destacou. A urgência de uma mudança da visão materialista para uma visão cooperativa e humana também foi abordada. “A economia é fundamentada em seres humanos, trabalho, na terra e nas relações. Ela funciona a partir do princípio da dependência mútua, e não da concorrência”.
ECONOMIA MADURA
Melé falou do consumo consciente e de seu impacto na transformação social. “A economia não pode crescer mais, ela precisa é amadurecer. E para isso, é preciso que nós amadureçamos. Considerando que o mercado somos nós, se todos mudarmos nossa maneira de pensar, de ser, de agir e de investir nosso dinheiro, a direção do modelo econômico mudará também”, afirmou.
Ao fim, Joan pontuou as necessidades para um modelo econômico mais sustentável. “Para uma economia mais fraterna, é preciso ter consciência do dinheiro. É preciso fazer negócios de outra maneira. Se faz necessário traçarmos um plano estratégico e começarmos a caminhar. Vivemos em uma época em que precisamos criar alianças, pois sozinhos é muito mais difícil”, comentou.
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