Aumento de impostos terá efeito tóxico
21 de jul de 2017 | Escrito por ACP
Neste momento em que o governo Michel Temer vê-se em situação bastante incômoda, compreende-se, mais uma vez, que a crise política é a grande responsável pela crise econômica vivida pelo Brasil nos últimos 24 meses, a maior dos últimos 30 anos.
A fartura na distribuição de dinheiro público para a compra de apoio através das emendas parlamentares transformou-se num vergonhoso balcão de negociatas, em que partidos são comprados pelo peso – sem balança – de políticos que apoiam o governo. Parlamentares, em sua maioria, parecem mais preocupados em salvar suas cadeiras no Congresso, ao mesmo tempo em que assistimos o aumento do rombo nas contas do governo causadas pela má gestão em anos passados e, é claro, pelas falcatruas tão fartamente denunciadas por empresários também corruptos.
Agora, em mais uma medida de emergência (para não dizer de desespero) o governo anuncia o aumento dos tributos sobre combustíveis, com novas alíquotas do PIS/Cofins, além de sinalizar também com aumento da Cide. O aumento dos combustíveis afeta, de forma geral, quase todos os setores da economia e penaliza o consumidor final, uma vez que o Brasil, na falta de sistemas de transporte ferroviário e hidroviário relevantes, depende quase exclusivamente do transporte rodoviário, com o consequente encarecimento do custo dos produtos transportados.
Às 15 horas desta quinta-feira (20 de julho), o Impostômetro da Associação Comercial do Paraná chegou a 1trilhão e 195 bilhões de reais, total arrecadado pelas três esferas de governo desde o dia 1º de janeiro último. Todo aumento de impostos tem efeito tóxico sobre a economia, portanto, não pode ser bem-vindo, quaisquer que sejam as justificativas apresentadas pelo governo.
Mais uma vez a população e as classes produtoras vão pagar a conta, hoje com a alta dos combustíveis, porém supondo que amanhã podem ser surpreendidos com outras majorações. Impedir o rombo fiscal é necessário, mas o que se espera é que o governo realize o saneamento de suas contas sem o recurso do aumento de impostos, pois resta claro que a elevação da carga tributária traz maiores dificuldades para os empresários e mais recessão.
Gláucio José Geara –
Presidente da Associação Comercial do Paraná
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