Saídas para a crise debatidas pelo Conselho Político
08 de out de 2015 | Escrito por ACP
O economista Maurílio Schmitt e o advogado tributarista Heron Arzua, consultores da Associação Comercial do Paraná (ACP), a convite do Conselho Político da entidade falaram nessa quarta-feira (7), sobre as perspectivas e prováveis saídas para a crise econômica brasileira.
Maurílio acentuou que o país teve em passado recente alguns períodos de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), embora “nunca tivesse havido um crescimento contínuo e exuberante”. Enfatizando a conquista da estabilidade da moeda com o Plano Real lembrou, entretanto, que “o real está gradativamente perdendo a estabilidade”.
O economista salientou que “moeda é um bem público e, por esse motivo precisa ter seu valor preservado”. Revelou também que a economia brasileira “precisa recuperar sua capacidade de crescimento”, advertindo que atualmente o percentual de poupança interna equivale a 13% do PIB, embora esteja diminuindo perigosamente mês a mês”.
O aspecto negativo, segundo o economista que coordena a área econômica da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), é que a queda da poupança interna se deveu à evasão da poupança de investidores estrangeiros que deixaram de acreditar no potencial da economia brasileira.
Lembrando os efeitos do chamado “milagre econômico” dos anos 70, Maurílio se referiu também à fase proveitosa proporcionada pela venda de commodities, especialmente o minério de ferro: “Isso funcionou como um colchão para a economia e abriu as portas para a importação de bens de consumo. Somente em 2014 foram importados US$ 143 bilhões em insumos industriais. Na outra ponta, o país limitou-se a exportar matérias primas e não produtos manufaturados de maior valor agregado, caracterizando uma situação colonial”.
Comentando a situação da economia estadual, o economista lamentou a elevação do ICMS de 12% para 18% e das tarifas de energia elétrica, combustíveis e IPVA, que em conjunto devem adicionar mais R$ 2 bilhões à arrecadação em 2015. Maurílio explicou que esses aumentos significam a retirada de cerca de R$ 950 milhões do poder de compra do consumidor com renda mensal de até R$ 5 mil. Criticou também a criação do Fundo de Combate à Pobreza, que deverá segregar 2% dos 18% do ICMS (R$ 400 milhões), fato que deverá aumentar ainda mais a burocracia já imposta aos empresários.
A reunião do Conselho Político foi encerrada com a exposição do ex-secretário da Fazenda, Heron Arzua, que apontou dentre as saídas para a crise “a conclusão dos trabalhos da Operação Lava Jato e a aprovação da reforma tributária que está sendo elaborada por um grupo de trabalho indicado pelo Congresso Nacional”. Ambos os debatedores responderam a várias perguntas dos participantes.
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