Conselho da Mulher Empresária apresenta palestras sobre a produção de fio de seda e o Direito na Moda
19 de nov de 2019 | Escrito por ACP
O Conselho da Mulher Empresária da Associação Comercial do Paraná realizou, nesta segunda-feira (18/11) sua última reunião de 2019 tratando de aspectos ligados à moda. Duas palestras sobre o tema foram apresentadas aos participantes. A primeira feita pela design Anna Beatriz Kariya, da Abraseda (Associação Brasileira da Seda), abordando a importância da sede para a moda e a economia do Brasil. Em seguida foi a vez da advogada Carmem Íris Nicolodi, presidente da Comissão de Assuntos Culturais da OAB/PR, que falou sobre um novo ramo do Direito, o Direito da Moda, que busca estabelecer alguns aspectos da criação no setor como: direito autoral, direito à imagem e garantia de marcas e patentes.
Anna Beatriz Kariya falou sobre a história da seda, que foi descoberta como tecido há cinco mil anos na China, mas que chegou ao Brasil apenas no século 19. A Abraseda, que passou por uma renovação em 2017, representa os produtores do bicho da seda no Brasil. A Abraseda abrange a sericicultura (produção do bicho da seda), a indústria, a moda e a pesquisa e inovação para melhorar a produção. Kariya destacou que um único bicho da seda é produz um único fio que pode chegar a 1.300 metros de comprimento, que a produção do bicho da sede é muito vantajosa, pois tem uma grande rentabilidade por hectare, com investimento baixo. O Brasil é hoje o quinto produtor mundial de fio de seda, atrás de China, Índia, Uzbequistão e Tailândia. Mas as diferenças são gigantescas. A China produz 80% de todo o fio de seda do mundo e o Brasil, mesmo figurando no ranking como quinto produtor mundial, responde por apenas 0,34% da produção mundial de fios de seda. Apenas três estados brasileiros produzem o fio de seda: Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. O Paraná é responsável por 80% da produção nacional. O país conta com 227 municípios que têm criação do bicho da seda. A produção do fio de seda garante a subsistência de 10 mil brasileiros. A representante da Abraseda destacou que o fio de seda brasileiro tem “grande aceitação mundial, especialmente na moda de alto luxo porque tem produção constante, a brancura do fio é uniforme, tem certificado de origem e qualidade controlada”, disse ela.
Em seguida a advogada Carmem Íris Nicolodi falou sobre o Direito da Moda no Brasil. Ela destacou que em muitos países a roupa é vista apenas como um pano que cobre o corpo, mas em outros a criação dos designs é vista como um trabalho artístico e por isso deve ser protegida pelo Direito. “A globalização permite que coleções sejam copiadas quase que instantaneamente em todo o mundo. O trabalho de criação tem que ser protegido e é aí que entra o Direito da Moda”, frisa a advogada. Trata-se de um ramo novo no Direito no Brasil e que visa a estabelecer a relação da moda com o Direito e proteger os processos criativos.
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