“Se você educar uma mulher, educa uma nação”
29 de jul de 2025 | Escrito por ACP
“Se você educar uma mulher, educa uma nação”
Secretária Marli Teixeira Leite participa de encontro promovido pelo CME na ACP e compartilha experiências transformadoras em prol da equidade étnico-racial
“Respeitar o outro é a base dos direitos humanos. A gente consegue viver em harmonia, em comunhão, se houver respeito. E é esse o grande alicerce de todas as nossas ações”. A fala da secretária da Mulher e Igualdade Étnico-Racial de Curitiba, Marli Teixeira Leite, marcou o evento “Ações Transformadoras pela Equidade Étnico-Racial”, promovido pelo Conselho da Mulher Empresária (CME), da Associação Comercial do Paraná (ACP), na noite de segunda-feira (28.07).
Com trajetória reconhecida no serviço público e na militância pelos direitos humanos, Marli conduziu sua apresentação, refletindo sobre representatividade, políticas públicas e os desafios para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e diversa. “Curitiba é a cidade que me adotou, e onde eu tenho orgulho de trabalhar para tornar as políticas públicas mais humanas, eficazes e permanentes, indo além das gestões”, destacou.
A vice-presidente da ACP e coordenadora do CME, Albanir Fracaro, ressaltou a importância do encontro para o grupo. “Estamos aqui abrindo uma nova visão para o CME, trazendo à tona questões urgentes de transformação social, de idade, ética e raça. Esse diálogo é essencial para avançarmos”.
O presidente da ACP, Antonio Gilberto Deggerone, também deu as boas-vindas à convidada com palavras de carinho e reconhecimento: “Marli sempre esteve conosco, nos brindando com seu conhecimento e sua empatia. Esta casa estará sempre de portas abertas. Não temos nem chave para ela, basta entrar”.
Ações transformadoras
Ao compartilhar sua história de vida, Marli emocionou os presentes. “Vim de Cornélio Procópio aos 16 anos, como atleta. Era isso ou ser boia-fria. E sigo com orgulho da minha trajetória. Tenho 40 anos de serviço público e sigo acreditando que o papel do gestor é fundamental para garantir que políticas públicas sejam efetivas e continuem mesmo após o fim das gestões”.
Durante sua apresentação, Marli destacou ações desenvolvidas pela Secretaria da Mulher e Igualdade Étnico-Racial de Curitiba, como o Vale Creche, que destina R$ 1 mil mensais para mulheres em busca de vaga em creches públicas, e o Programa Curitiba Mais Mulheres, que articula ações de todas as secretarias municipais voltadas para o público feminino. “Queremos construir políticas públicas de enfrentamento às desigualdades que realmente mudem vidas”.
Marli acentuou que está em fase de articulação a criação da a Casa da Mulher Paranaense, que será construída com recursos já disponíveis, dependendo apenas da definição de um terreno. “Nosso objetivo é transformar Curitiba em uma referência nacional em equidade e respeito à diversidade. Uma cidade mais feliz, onde todos e todas se sintam pertencentes”.
Entre as ações promovidas pela Secretaria da Mulher e Igualdade Étnico-Racial de Curitiba, também se destaca o projeto Terezas do Século XXI, realizado em alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A iniciativa reconhece as contribuições históricas, culturais e sociais das mulheres negras, além de reafirmar o compromisso com políticas públicas que enfrentam o racismo estrutural e promovem justiça e equidade.
“É uma forma de dar visibilidade às trajetórias de mulheres negras que nos inspiram com suas histórias de superação. São exemplos que nos mostram que também podemos. Por isso, faço questão de dizer às mulheres que trabalham comigo: nosso esforço precisa ser coletivo e consistente, para que possamos inspirar outras mulheres e fortalecer a presença feminina em todos os espaços. Afinal, todas nós enfrentamos discriminação em algum momento, e é nessa luta conjunta que conseguimos transformar a realidade”, destacou Marli.
Violências e preconceito
A Secretaria também atua no enfrentamento às violências e discriminações contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, intersexuais e demais identidades de gênero e orientações sexuais, promovendo a defesa dos direitos da população LGBTI+. Casos caracterizados como LGBTfobia — como agressões físicas ou verbais, discriminação em estabelecimentos ou qualquer forma de hostilidade motivada por identidade de gênero ou orientação sexual — são tratados com seriedade, como crime e violação de direitos humanos.
Para aprimorar as políticas públicas voltadas a esse público, são realizados encontros com especialistas, representantes da sociedade civil e gestores. Um dos principais focos é a empregabilidade LGBTI+, com ações articuladas junto a instituições parceiras, tanto do setor público quanto da iniciativa privada, para ampliar oportunidades e promover a inclusão no mercado de trabalho formal.
A secretária também apontou outros programas de destaque como a Casa da Mulher Brasileira, referência nacional no acolhimento a vítimas de violência doméstica, agora municipalizada; Plano Municipal de Promoção da Igualdade Étnico-Racial, com ações integradas em dez eixos como saúde, educação, trabalho e cultura; o Centro de Referência Enedina Alves Marques (Creafro), voltado ao acolhimento de pessoas negras vítimas de racismo, com apoio psicológico e jurídico; Afroterapia, que fortalece a identidade de pessoas negras e combate estereótipos; Narrativas Afro-curitibanas, que valorizam histórias de superação e resistência; Feira do Afroempreendedor, Caravanas Étnico-Culturais e a série de eventos do Mês da Consciência Negra, com mais de 100 atividades promovidas.
Marli encerrou sua fala com um provérbio africano que guiou sua vida e inspira seu trabalho: “Se você educar um homem, educa um indivíduo. Mas se você educar uma mulher, educa uma nação”.


















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