A cerimônia de entrega do Prêmio ACP de Sustentabilidade 2025, realizada na noite de quinta-feira (04.12) na sede da Associação Comercial do Paraná (ACP), reafirmou a relevância crescente da agenda ESG no ambiente corporativo paranaense. Idealizada pelo Conselho da Ação para Sustentabilidade Empresarial (CASEM), a premiação reconhece empresas que se destacam por práticas inovadoras, responsáveis e transformadoras em três eixos essenciais: promoção da economia circular, combate às mudanças climáticas e diversidade, equidade e inclusão. Mais do que evidenciar iniciativas de excelência, o prêmio consolida o compromisso do setor produtivo com um futuro mais próspero, ético e sustentável para o Paraná.

A solenidade foi aberta pelo presidente da ACP, Antonio Gilberto Deggerone, que saudou os presentes e destacou a importância histórica da entidade. Ele lembrou a trajetória do Barão do Serro Azul e reforçou a tradição da casa em fomentar desenvolvimento e responsabilidade empresarial. Deggerone quebrou o protocolo para demonstrar gratidão e homenagear Éder Eduardo Bublitz, diretor-presidente da Ceasa Paraná, presente à solenidade, recentemente reconhecido internacionalmente com o prêmio Manager of the Year, concedido pela World Union of Wholesale Markets (WUWM). Ao citar a conquista, afirmou que mercados bem administrados são essenciais para garantir alimentos saudáveis, sustentáveis e acessíveis à população, conectando gestão pública e impacto social, princípios que orientam o próprio espírito da premiação entregue nesta noite.

Futuro responsável

O coordenador do Conselho de Sustentabilidade Empresarial (CASEM), Edilson Ribeiro, lembrou a trajetória recente da iniciativa e o simbolismo da noite. Ele destacou que o prêmio nasceu “com um propósito claro e sempre urgente: reconhecer e honrar as lideranças que moldam um futuro responsável, equilibrado e sustentável”. Ao saudar os presentes, reforçou que a edição atual é resultado de um esforço coletivo que mobilizou empresas, avaliadores, parceiros e toda a estrutura da ACP.

Ao citar o agravamento da crise climática global, de recordes de temperatura em 2024 a eventos extremos no Brasil e no mundo, Ribeiro ressaltou a urgência do engajamento empresarial. “A atuação da iniciativa privada é urgente e necessária, com respostas colaborativas, comprometidas e baseadas em evidências”, afirmou. Nesta edição, 106 empresas se inscreveram, um número que, segundo ele, “testemunha a força do empresariado paranaense diante dos desafios contemporâneos”.

Ribeiro detalhou as transformações implementadas nesta edição para ampliar rigor, transparência e inclusão. Entre as novidades, citou a avaliação por porte de empresa, a ampliação dos apoios estratégicos e a composição de uma banca avaliadora “a mais diversificada possível, formada por 20 especialistas”. Também enfatizou o caráter educativo do prêmio, que neste ano promoveu um ciclo de três palestras e entregará relatórios detalhados de desempenho a 50 participantes, reforçando o compromisso com a capacitação contínua em ESG.

Iniciativas robustas

Ao mencionar o processo de avaliação, Ribeiro descreveu um funil rigoroso baseado em comprovação e consistência. Das 106 inscritas, 66 avançaram na primeira etapa e, após nova checagem de evidências, 33 foram qualificadas para a avaliação final da banca. “Garantimos que apenas iniciativas robustas, verificáveis e com alto potencial de impacto chegassem à etapa final”, afirmou. Às finalistas, dedicou “profundo reconhecimento”, e às vencedoras, “nosso parabéns especial, vocês demonstram que é possível transformar desafios em oportunidades”.

Ribeiro destacou ainda que o movimento impulsionado pelo prêmio não se limita ao momento da celebração. Ele lembrou que a própria ACP avançou em sua agenda interna ao realizar seu inventário de emissões e conquistar novamente o Selo Clima A. “A sustentabilidade é um investimento estratégico, não um custo”, observou. Para ele, os indicadores e ferramentas tecnológicas utilizados nesta edição tornam o processo mais objetivo, rastreável e capaz de orientar estratégias de longo prazo.

Encerrando o discurso, o coordenador do CASEM convocou o setor produtivo a ampliar sua contribuição para o desenvolvimento sustentável do Paraná. Citou o fato de o estado já ter 975 atividades econômicas de baixo risco dispensadas de licenciamento, o que cria um ambiente favorável à inovação. “Temos potencial imenso para ser líderes globais nessa transição”, disse. Ele concluiu lembrando que o legado construído agora servirá de base para as próximas gerações: “A verdadeira vitória é a transformação que iniciamos e continuaremos a construir. Juntos, faremos do Paraná o estado mais sustentável do Brasil”.

Compromissos concretos

Representando a banca avaliadora do Prêmio ACP de Sustentabilidade, a advogada Camila Lucchesi ressaltou que a iniciativa vai muito além de um protocolo. Para ela, o reconhecimento público indica “que tipo de prática empresarial desejamos fortalecer no Estado e no país”, além de encorajar organizações a inovar e assumir compromissos concretos em ESG. Camila enfatizou que o setor privado é “agente imprescindível em qualquer transição que desejamos realizar”, pois é nas decisões de investimento, nas cadeias de suprimentos e no desenho de produtos que a mudança se materializa. Ela frisou que a agenda climática só avança quando incorpora diversidade, inclusão e economia circular. “Sem diversidade nas equipes e sem modelos circulares de produção, seguimos presos a padrões que ampliam riscos e fragilizam cadeias de valor”.

Por fim, a advogada destacou a relevância da parceria entre ACP e OAB Paraná na avaliação das iniciativas, apontando uma convergência institucional fundamental. “Quando o empresariado e a advocacia se unem, o recado é claro: a sustentabilidade já orienta negócios, contratos, riscos e decisões de longo prazo”, disse. Segundo ela, empresas que avançam nessa agenda irradiam transformação e passam a exigir padrões semelhantes de seus fornecedores e parceiros. E reforçou que mudanças estruturais dependem da articulação entre setor privado, entidades de classe, governos, academia e sociedade civil.

Premiados

Categoria Promoção à Economia Circular – destaca iniciativas que reavaliam o uso de recursos naturais, reduzem desperdícios, promovem reutilização e fortalecem o ODS-12, que versa sobre o consumo e produção responsáveis.

Pequenas Empresas

1º lugar

Composta+

2º lugar

Amanda Liara de Azambuja Corrêa Selivon – Ekoways

3º lugar

Mascote Fit

Médias e Grandes Empresas

1º lugar

Kapersul Indústria e Comércio de Papéis –

Ligga Telecom

SIG

2º lugar

CEASA – Centrais de Abastecimento do Paraná

3º lugar

C.Vale – Cooperativa Agroindustrial

CRASA Infraestrutura

Grupo Risotolândia

Categoria – Diversidade, Equidade E Inclusão (De&I) – destaca iniciativas que promovem ambientes de trabalho diversos, equitativos e inclusivos.

Pequenas Empresas

1º lugar

Instituto Catadores de Futuro

2º lugar

Instituto IBGPEX – Grupo Educacional Uninter

Médias e Grandes Empresas

1º lugar

Associação Paranaense de Cultura – APC (Grupo Marista)

2º lugar

Gabardo e Terra Advogados Associados

Universidade Livre Para Eficiência Humana

3º lugar

Instituto Renault

Categoria – Combate às Mudanças Climáticas – reconhece soluções que ajudam a enfrentar os desafios climáticos do nosso tempo, alinhadas ao ODS 13 – Ação Climática.

Pequenas empresas

1º Lugar

Composta +

Médias e pequenas empresas

1º lugar

Renault do Brasil

Klabin S.A

2º lugar

IBQ Indústrias Químicas AS

RAC Participações S.A.

3º lugar

Associação Paranaense de Cultura – APC

CRASA Infraestrutura

Gabardo e Terra Advogados Associados

Grupo Risotolândia

Margem Companhia de Mineração

Pamela Lemos Bortoluzzi Lunelli

Plusval Agroavícola Ltda

Depoimentos

Gilberto Cavalcante, Mascote Fit / Composta+: “Quando o idealizador do projeto começou, ele fazia compostagem no quintal da casa da avó. Hoje recebemos 700 toneladas por mês. São sete anos de muito trabalho e dedicação, e agradeço a todos em nome da Composta+”.

Sabina Ribeiro Dutra, Composta+: “A Composta nasceu do desejo de transformar o mundo, e receber este prêmio significa muito. Agradeço especialmente aos clientes que acreditaram na compostagem como ação de mudança, nada seria possível sem eles”.

Marcus Machado, Kapersul: “Celebramos 45 anos de história e dedicamos este prêmio ao meu sócio, Lauro Furuta. É o reconhecimento de um trabalho sólido em gestão de resíduos e sustentabilidade em escala industrial.”

Leon Miecoaniski, Kapersul: “Agradecemos pelo reconhecimento ao nosso compromisso com a economia circular, fabricando produtos a partir de resíduos e mostrando que é possível unir inovação e responsabilidade ambiental”.

Isabela Sena, Ligga Telecom: “Nosso projeto desenvolveu de bancos feitos de fibra óptica descartada, que são doados a comunidades carentes. A iniciativa foi possível graças ao esforço conjunto de diversas áreas”.

Leticia Riz, SIG: “Receber o primeiro lugar mostra que estamos no caminho certo, transformando ideias em ações concretas. É fruto de criatividade, esforço e do comprometimento diário da nossa equipe com a economia circular”.

Solange Freitas, Instituto Catadores de Futuro: “Somos uma empresa jovem, com apenas dois anos, e este prêmio nos enche de alegria. Transformamos a vida de jovens em situação de vulnerabilidade ao capacitá-los em tecnologia e conectá-los ao mercado de trabalho”.

Leonardo Barchik, Associação Paranaense de Cultura: “Este prêmio coroa um ano de dedicação de diversas frentes da instituição, alinhadas aos valores do Grupo Marista na educação, saúde e formação de profissionais do futuro”.

Graziela Pontes, Renault do Brasil: “É uma honra participar pela primeira vez e já ser reconhecida. O prêmio confirma que estamos no caminho certo ao cuidar das pessoas, do meio ambiente e da comunidade, com metas ambiciosas em sustentabilidade”.

Wilson Paiva, Klabin S.A.: “É uma grande honra para uma empresa de 126 anos receber esse reconhecimento. A premiação reforça nosso compromisso com a inovação e a sustentabilidade, uma agenda que precisa ser reafirmada continuamente”.

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