ACP e CME exibem “O Preço da Paz” em homenagem ao Dia Nacional do Cinema
24 de jun de 2025 | Escrito por ACP
Sessão especial resgata a trajetória do Barão do Serro Azul, fundador da entidade, e debate os desafios éticos que atravessam gerações
Para celebrar o Dia Nacional do Cinema (19 de junho), a Associação Comercial do Paraná (ACP) e o Conselho da Mulher Empresária (CME) realizaram, na noite desta segunda-feira (23.06), uma sessão especial do filme “O Preço da Paz”. A exibição foi um mergulho na história do Barão do Serro Azul, fundador da ACP e uma das figuras mais emblemáticas do Paraná.
“Foi uma sessão extraordinária. O filme não retrata apenas a atuação do Ildefonso Pereira Correia durante a Revolução Federalista, mas convida à reflexão sobre as relações de poder, os ciclos de opressão e a busca por justiça”, destacou Albanir Fracaro, coordenadora do CME.
O evento contou com a presença do produtor do filme, Maurício Appel, e de Fernando Fontana, bisneto do Barão. Ambos compartilharam relatos emocionantes sobre a importância da obra e da memória histórica.
“O que a gente faz toda vez que exibe esse filme é colocar em julgamento a memória do Barão e de uma geração inteira que foi assassinada. A história me atravessa desde criança. Quando tinha sete anos, minha mãe e minha avó me mostraram, de dentro de um trem, o local onde ele foi morto. Vi aquela cruz e aquilo me marcou profundamente”, relembrou Maurício, emocionado. “É fascinante ver que, hoje, somamos mais de 150 mil visualizações gratuitas do filme no YouTube. Nunca paramos de exibi-lo”, acrescentou.
“O filme é muito bem produzido e dirigido. É fundamental que ele continue sendo exibido, para que as novas gerações conheçam a história de um herói paranaense. Desde que souberam que sou bisneto do Barão, sou convidado a palestrar, a escrever, a contar sobre essa parte da história, infelizmente, ainda é pouco conhecida”, afirmou Fernando Fontana.
Legado e memória
Lançado em 2003, com direção de Paulo Morelli, “O Preço da Paz” reconstrói um dos períodos mais conturbados da história paranaense, no final do século XIX, quando a economia regional era impulsionada pela erva-mate. No centro da trama, o Barão do Serro Azul se vê diante de um dilema ético: proteger sua cidade negociando com tropas revolucionárias ou se submeter à lógica imposta pelos coronéis e pelo Estado.
Ao optar pela paz, buscando evitar um ataque armado a Curitiba, o Barão foi acusado de traição pelo governo republicano e acabou executado, sem julgamento, ao lado de outros cinco líderes locais — episódio até hoje lembrado como um dos mais sombrios da história do Paraná. Ele enxergava o papel social de quem detinha o poder econômico.
Com fotografia primorosa, direção de arte impecável e uma trilha sonora que intensifica o drama, “O Preço da Paz” foi gravado em locações paranaenses, como Curitiba, Lapa, Castro, Ponta Grossa e Paranaguá. O filme recebeu importantes prêmios nacionais, como o de melhor direção de arte, melhor montagem e o Júri Popular no Festival de Gramado.






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