Liderança sustentável é possível com equilíbrio de resultados e propósito
08 de ago de 2025 | Escrito por ACP
Como equilibrar resultados com propósito? Essa foi a reflexão central da palestra “Liderança Sustentável: como ser um líder que olha para o negócio e para o impacto socioambiental”, ministrada por Leonardo Tostes, especialista em inovação e estratégia ESG, cofundador e Head de Inovação e Marketing da Impactability e do AgNest Farm Lab. O encontro ocorreu nesta quinta-feira (07.08), na sede da Associação Comercial do Paraná (ACP).
Organizado pelo CASEM — Conselho de Ação para Sustentabilidade Empresarial da ACP — o evento reuniu empreendedores e gestores interessados em liderar com visão, responsabilidade e compromisso com o futuro. A proposta foi mostrar que líderes não devem se concentrar apenas nos resultados financeiros imediatos, mas também na longevidade dos negócios e no impacto que geram na sociedade e no meio ambiente.
Práticas sustentáveis
A abertura foi conduzida por Edilson Ribeiro, coordenador do CASEM, que destacou que a sustentabilidade já é realidade para muitas empresas, independentemente do porte. “Essa pauta já faz parte da nossa forma de conduzir os negócios. Muitas vezes, já praticamos ações sustentáveis, temos iniciativas valiosas em andamento”, afirmou.
Ele ressaltou a importância de estruturar essas práticas de forma estratégica dentro da agenda ESG (Ambiental, Social e Governança) e aproveitou para apresentar o Prêmio ACP de Sustentabilidade 2025, que reconhecerá empresas com impacto positivo nas categorias: Economia Circular, Consumo e Produção Sustentáveis e Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI). “O prêmio, além de valorizar as melhores práticas, oferece um relatório de sustentabilidade para 50 empresas que se cadastrarem, reforçando o papel social e educativo da iniciativa”, disse.
Responsabilidades da liderança
Em sua palestra, Leonardo Tostes destacou que líderes precisam olhar para além dos resultados financeiros de curto prazo. “Se estamos a olhar limites, estamos falando de planeta. Não estou falando de pessoas ainda, mas de responsabilidades. Estamos falando de aquecimento global, da quantidade de polímeros espalhados por todos os oceanos, de solos cada vez mais pobres em nutrientes. São desafios que qualquer liderança precisa reconhecer”, opinou.
Para ele, a governança é elemento central nessa transformação, e acentuou que governança significa transparência e ética. “A organização precisa ser monitorada, acompanhada e, acima de tudo, aconselhada”.
O palestrante defendeu que romper bolhas e estimular movimentos de “coopetição”, combinação de cooperação e competição, é fundamental. E ponderou que “é possível ter um negócio e, ao mesmo tempo, ter responsabilidades. Não apenas com o lucro, mas com a sociedade e o meio ambiente”.
Leonardo apresentou o anagrama SELFLESS (altruísta), que resume sete atributos para uma liderança consciente: S: Strength (força); E: Energy and Enthusiasm (energia e entusiasmo); – L: Long Term Orientation (visão de longo prazo); F: Flexibility (flexibilidade); L: Love and Care (amor e cuidado); E: Emotional Intelligence (inteligência emocional); S: Systems Intelligence (inteligência sistêmica); S: Spiritual Intelligence (inteligência espiritual).
Principais insights do anagrama
Segundo ele, liderar é potencializar forças. “Ficar tentando corrigir defeitos é cansativo. Quando você usa mais suas forças, arrasta tudo para frente”. Leonardo lembrou que energia e entusiasmo são essenciais, especialmente em momentos de crise. “Quem está no papel de liderança também está no caos. Mas a forma como você coloca energia no ambiente pode levantar as tropas.”
Ao falar de visão de longo prazo, reforçou que a mudança começa dentro da própria liderança. “Quando você começa a enxergar oportunidades dentro da organização, a mudança começa pela sua cabeça e se espalha”. Para ele, o maior desafio para comitês de ESG é político, porque sempre vai existir resistência. “Há quem apoie e há quem sabote. É preciso criar pontes e mostrar que é possível”, acentuou.
Sobre flexibilidade, Leonardo definiu que não significa fraqueza, é saber qual a melhor forma de agir a cada momento e encontrar caminhos para inovar. “A inteligência sistêmica, é essencial. Às vezes, ao resolver um problema, você cria outros. O mundo sistêmico pode ser cansativo, mas é fundamental para inovação e liderança”.
Para Leonardo, amor e cuidado movem culturas organizacionais: “Um sorriso genuíno é mais potente que uma bronca. É sobre reconhecer o outro”. Ele compartilhou ainda uma lição aprendida no yoga: “Mesmo um sorriso forçado ativo memórias boas”.
Encerrando, defendeu que a liderança consciente é inclusive. “Não importa o cargo. Liderança é a capacidade de agregar pessoas e levá-las para o próximo nível. É sobre criar culturas que permaneçam. E isso só acontece quando olhamos para o negócio, para as pessoas e para o planeta ao mesmo tempo”.
E argumentou que equilibrar resultados e propósito é o caminho para construir empresas mais robustas, inovadoras e responsáveis, capazes de deixar um legado positivo para o futuro.





















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