General Rocha Paiva palestra sobre geopolítica e o contexto brasileiro na área militar
23 de ago de 2018 | Escrito por ACP
A convite do Conselho Político da Associação Comercial do Paraná (ACP), o General de Brigada Luiz Eduardo Rocha Paiva ministrou uma palestra sobre a geopolítica global e os reflexos dela para a soberania nacional. Com mais de 40 anos no Exército Brasileiro, o general versou sobre o atual jogo de xadrez da geopolítica mundial, além do encaixe do Brasil neste cenário.
Contextualizando as últimas participações da diplomacia brasileira em tratados de paz, o general foi conciso ao afirmar a importância das forças armadas. “Se a nação crê que os conflitos sempre se resolverão pacificamente, para que servem as Forças Armadas? Se a opção é mantê-las, então que sejam capazes de dissuadir ou combater quem realmente possa nos ameaçar. O Exército, ressalvado o valor do soldado, está superdimensionado em número de brigadas, porém estão todas desequipadas, sem ter como defender as áreas estratégicas. Quantidade não é qualidade”, completou.
AMEAÇAS
O general não acredita em ameaças próximas ao país por motivos logísticos, porém, ressalta a mudança rápida deste quadro em casos de interesses particulares. “Poucas potências, a não ser EUA e alguns aliados da OTAN, China e Rússia, têm ou terão capacidade de deslocar e manter forças em operações continuadas contra o Brasil. Não há indicativos de um provável conflito armado no presente, mas há essa possibilidade no futuro, deduzida a partir de documentos sobre tendências geopolíticas e geoestratégicas. A supremacia militar dos EUA no continente americano impedirá, por muito tempo, que Rússia ou China ameacem militarmente o Brasil. Mas tal restrição não seria feita a aliados como França, Grã-Bretanha e outros, que têm interesses na Amazônia e no Atlântico Sul”, afirmou.
SITUAÇÃO DO PAÍS
Sobre a atual situação do país, o general foi cirúrgico ao equacionar os problemas a serem enfrentados. “A liderança nacional ainda não aprendeu que um país rico, aliado a um vazio de poder, cuja população está segregada e desnacionalizada, resulta numa perda de soberania e integridade territorial. Passamos por uma crise de valores na liderança da nossa sociedade, uma falência do estado como um todo. Ou o Brasil corta da sua liderança os patrimonialistas e corruptos, ou teremos muita dificuldade para andar para frente”, finalizou.
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