Baixa produtividade do trabalho é problema brasileiro, afirma Pio Martins
29 de jun de 2018 | Escrito por ACP
O economista José Pio Martins, professor e reitor da Universidade Positivo há dez anos, foi o convidado do Conselho de Economia, Desenvolvimento e Finanças da Associação Comercial do Paraná (ACP) para o encontro dessa quinta-feira (28) quando discorreu sobre as perspectivas econômicas brasileiras no futuro imediato.
Na abertura, o presidente da ACP, Gláucio Geara, ao recepcionar o conferencista afirmou que o evento permitia observar a “maior concentração por metro quadrado de ex-secretários e executivos das áreas de economia e finanças do Estado e do município”, a saber, José Pio Martins, Heron Arzua, Antoninho Caron, Maurílio Schmitz e ele próprio, “numa evidente demonstração da relevância do debate de um tema de grande importância para o país”.
Coordenador do conselho, o vice-presidente Antoninho Caron comentou a trajetória acadêmica do professor José Pio Martins, destacando também a intensa produção intelectual na forma de livros, conferências, entrevistas, emissões radiofônicas e artigos em jornais, revistas e blogs.
O reitor da Universidade Positivo declarou de início que “se alguém diz ter a solução para o problema do Brasil é arrogante ou ignorante, ou as duas coisas ao mesmo tempo”, daí a necessidade da continuada reflexão a respeito do país, cujo problema essencial continua sendo a pobreza, que a seu ver decorre da baixa produtividade do trabalho.
Nos Estados Unidos, onde 310 milhões de pessoas estão inseridas no mercado de trabalho a renda da hora de trabalho por operário é de US$ 52 aproximadamente, enquanto no Brasil, com 103 milhões de trabalhadores esse valor chega a um quinto do apurado naquele país industrializado. Pio lembrou ainda que a comparação é útil para justificar o fato de que nos Estados Unidos a renda per capita anual é de US$ 47 mil e no Brasil passa um pouco de US% 10 mil.
Segundo ele os números citados estão defasados, mas a renda per capita brasileira está caindo “em função dos três anos de recessão grave no processo produtivo”.
Atualmente o número de pessoas desempregadas no Brasil atinge 24 milhões, sendo esse o maior desperdício registrado em qualquer economia que “precisa tratar com milhões de subempregados e também com a grande quantidade dos que desistiram de procurar emprego”.
Martins assinalou que o Brasil tem elementos para superar a crise com base no capital físico e humano, recursos naturais e conhecimento tecnológico, embora nesse quesito “ainda tenha muita coisa a melhorar”.
A revolução tecnológica está presente na vida moderna, a ponto de nos Estados Unidos cerca de 50% dos empregos estarem ameaçados de extinção por substituição tecnológica. Entretanto, o conferencista lembrou que “no longo prazo deve acontecer uma mudança nos padrões e formas de trabalho, e milhões de empregos de outro tipo serão criados”.
Além disso, para superar a crise o Brasil deve buscar as oportunidades que sempre aparecem nos momentos de dificuldade, encontrando caminhos para equacionar o déficit habitacional de sete milhões de moradias, aumentar o capital físico e, ainda, eliminar a pobreza com o aumento da produtividade do trabalho, cuidando do crescimento da população e das cidades.
Justificando a presença de grande número de empresários e antes de responder perguntas e comentários de diretores da ACP e associados, José Pio Martins asseverou a importância do empreendedor “como aquele que transforma uma ideia em negócio”.
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