Rossoni promete concluir medidas moralizadoras em meados de março
23 de fev de 2011 | Escrito por ACP
Na primeira reunião realizada em uma entidade de classe depois do início de sua gestão à frente da mesa diretora da Assembleia Legislativa, o deputado Valdir Rossoni (PSDB), presidente do Legislativo, acompanhado do primeiro-secretário, deputado Plauto Miró Guimarães (DEM), durante almoço com empresários na Associação Comercial do Paraná, nesta quarta-feira (23.02), afirmou que as principais mudanças que estão sendo implementadas pela nova diretoria devem estar concluídas depois do Carnaval.
Ele as definiu como “necessárias à moralização da política paranaense. E não temos mais tempo. Nós já enrolamos por muito tempo o povo e somos obrigados a apresentar uma resposta que seja capaz da iniciar um processo de recuperação da credibilidade da Casa perante à população”.
Guimarães disse que a Assembleia estará sempre aberta à comunidade para que “o processo de moralização não pare por aqui”.
Os dois ressaltaram a importância das “sugestões e da fiscalização da sociedade”.
O presidente da ACP, Edson Ramon, em seu discurso, aplaudiu as ações da nova mesa diretora do legislativo estadual.
“São auspiciosas as medidas moralizadoras tomadas em tão curto espaço de tempo de vossa administração, algumas que, inclusive, chegaram a provocar intensas manifestações, anárquicas e antidemocráticas, de setores que sentiram suas benesses e privilégios serem cortados”, disse.
“É grande a nossa esperança de que os senhores, respaldados pela sociedade de nosso Estado, levem a cabo esta missão. Que as vossas ações sejam consistentes, contínuas e ininterruptas”.
Ele resumiu sua expectativa, com as mudanças já realizadas não só no Legislativo, como no Executivo, em relação à maior transparência dos poderes constituídos no Estado: “o Paraná deve cobrar respeito a si mesmo”.
Um peso nos ombros dos dirigentes
A ACP foi uma das entidades a participar do movimento “O Paraná Que Queremos”, em conjunto com outros segmentos, para exigir o fim dos escândalos de improbidade administrativa apurados na Assembleia.
“É grande a responsabilidade que pesa sobre os ombros de nossos dirigentes porque grande é a expectativa da sociedade paranaense em termos de uma mudança histórica não só no sentido do fortalecimento socioeconômico e cultural do Paraná, mas no merecimento do respeito à cidadania que os paranaenses fazem jus”.
Rossoni atribuiu o trabalho definido como de “higienização” da Assembleia à esta movimentação da sociedade.
“Essas medidas só foram possíveis pela grande contribuição de vocês, pelo movimento social que pediu pela moralização e ética”, afirmou.
Entre as medidas, o presidente do Legislativo abordou a redução de custos com o setor de segurança da Assembleia, que resultará, segundo ele, em uma economia de R$ 500 mil.
Antes as despesas giravam em torno de R$ 750 mil e agora somam R$ 250 mil.
Falou também sobre a redução de cerca de 70% do número de funcionários, que deve gerar uma economia de R$ 3 milhões, além de a fixação de um teto salarial em R$ 15 mil, do convênio firmado com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para avaliar a gestão administrativa e sobre os grampos telefônicos.
“O que tenho a dizer é que esse é um caso que a polícia irá resolver”, ressaltou.
Questionado por alguns dos mais de cem empresários presentes ao encontro se a nomeação do ex-presidente da Assembleia, deputado Nelson Justus (DEM), à presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) não representava um retrocesso e um obstáculo para as mudanças implementadas, Rossoni frisou que a escolha de Justus foi feita pelos partidos.
“Não fui eu que o escolhi. Inclusive argumentei junto ao ex-presidente se não seria melhor ele abrir mão desta indicação para a sua imagem e da própria Assembleia. Ele respondeu-me que tem o dever de recuperar a sua imagem perante a sociedade. Eu, junto com o Plauto, não tive força política para evitar a sua escolha”, disse.
“Mas, garanto que as mudanças serão todas implementadas e consolidadas. A Assembleia terá transparência absoluta. Só uma coisa poderá nos impedir de realizarmos o nosso trabalho até o fim: a nossa morte”.
Ao final do encontro, o presidente da ACP, Edson Ramon, entregou aos deputados um documento que trata do salário mínimo regional.
Fruto das discussões com os empresários do chamado G8 — que representa as principais entidades empresariais do Estado —, o documento pede que o reajuste que será dado ao piso seja definido pelo avanço inflacionário.
“Um reajuste maior poderá inviabilizar a economia”, argumenta Ramon.
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