Talk Show promovido pelo CJE destaca processos organizacionais como alicerce para o sucesso empresarial
16 de maio de 2025 | Escrito por ACP
Na noite de quarta-feira, 14 de maio, o Conselho de Jovens Empresários (CJE) da Associação Comercial do Paraná (ACP) promoveu o talk show “Processos organizacionais como chave para o sucesso empresarial”, reunindo especialistas de diferentes áreas para um bate-papo enriquecedor sobre os bastidores da gestão eficiente e os caminhos estratégicos para o crescimento sustentável dos negócios.
Conduzido por Odilon Grube, coordenador do CJE, o evento trouxe reflexões provocativas sobre a importância da estrutura nos empreendimentos, com destaque para o papel da cultura organizacional, da comunicação, da inovação e da relação com o cliente no aperfeiçoamento dos processos. Em suas intervenções, Grube destacou a relevância da autorresponsabilidade e da empatia nos negócios. “Quem não se relaciona, não vende. Se a gente quebra, é porque não soube entender que o outro é importante na nossa vida. Não existe processo para relacionamento, existe comunicação”, afirmou.
A vice-coordenadora do CJE, Maria Camila Turmina, deu as boas-vindas ao público presente, desejando uma noite de aprendizado e networking. “Que todos os presentes aproveitem e tenham uma noite agradável, cheia de trocas e de muito conhecimento”, resumiu.
Participantes da conversa
O talk show contou com a participação de nomes reconhecidos no cenário empresarial e acadêmico: Eros Augusto Martins (mestre em administração, especialista em marketing e vendas, cofundador da Tuner e professor da Universidade Positivo); Rogério Facine (empresário, consultor, head do Tell Cast e da Sell Consulting, pós-graduado em planejamento e gestão de negócios); Eduardo Castellano (economista pela FGV e proprietário do Respeito Café); Fábio Mello Fagundes (doutor em administração, sócio do grupo Brod Bakery, professor e consultor); e Felipe Santos (desenvolvedor com mais de 20 anos de experiência na criação de experiências digitais e publicações web).
Eles compartilharam experiências e reflexões sobre a importância de processos bem definidos para garantir a consistência nos negócios; a relação direta entre cultura organizacional e desempenho processual; a aplicação de ferramentas tecnológicas no gerenciamento; a valorização do cliente como eixo central da operação; e os desafios de manter a eficiência durante a expansão empresarial. Em comum, os convidados reforçaram a importância da cultura organizacional, da capacitação constante e da adaptabilidade como pilares fundamentais.
Os participantes observaram que processos não se limitam ao ambiente técnico das empresas, mas fazem parte da vida e da forma como as pessoas se relacionam, aprendem e crescem juntas. O sucesso organizacional passa por boas práticas, mas também por escuta, empatia, planejamento e conexão genuína com as pessoas.
Insights inspiradores
Eduardo Castellano abriu o evento com uma analogia provocadora sobre a responsabilidade individual dentro de um negócio. “O maior problema é quem acredita que seu trabalho termina nele mesmo, sem entender o impacto no todo”, afirmou.
Para ele, o verdadeiro gestor é aquele que compreende o propósito final e alinha seus esforços aos objetivos da empresa. “São os processos que criam valor, não as atividades isoladas. Processos superiores envolvem design inteligente, as pessoas certas para implementá-los e o ambiente adequado para que fluam”, acentuou.
Destacou ainda que o atendimento é um ponto crítico e deve ser visto como uma etapa essencial do processo. “No Respiro, nosso filtro começa pelo atendimento. É ali que testamos se a pessoa entende nosso jeito de fazer. O atendimento acolhedor e vendedor, a qualidade do produto, o cuidado com o espaço — tudo isso está conectado. Tenho orgulho da equipe. São pessoas extraordinárias que compreendem o flow do negócio”.
Processos são pessoas
Para Eros Augusto Martins, processos estruturados não são privilégio das grandes empresas. “Não precisa estar numa multinacional para entender que cultura e visão sistêmica são indispensáveis”, disse. Segundo ele, o sucesso nos processos está diretamente ligado às pessoas. “Quando falamos de processos, falamos de gente. Pessoas preparadas, ambiente receptivo à mudança e uso inteligente de dados fazem toda a diferença”.
Ele defendeu com ênfase o investimento em habilidades comportamentais (soft skills) e no desenvolvimento contínuo. “Não existe crescimento consistente sem clareza e capacitação. Estamos em constante evolução. Por isso, o conceito de Life Long Learning deve ser incorporado à cultura empresarial”, recomendou, ressaltando, ainda, que o relacionamento com o cliente é um dos pilares centrais dos processos bem definidos. “O CRM é mais que um software. É a essência do relacionamento com o cliente, pautado em dados bem tratados e aplicados com inteligência”, citou.
Experiência do cliente
Fabio Mello Fagundes assegurou que adaptar processos deve ser uma rotina nas empresas. “Vivemos em uma era de mudanças constantes. A modernidade líquida já foi descrita por Zygmunt Bauman há décadas, e hoje estamos ainda mais pressionados a nos adaptar rapidamente”, refletiu.
Afirou que administrar um negócio na área de alimentação é especialmente desafiador, pois exige controle rigoroso para evitar perdas rápidas e frequentes. “E citou como exemplo a Brod. “Investimos fortemente em gestão detalhista e no uso estratégico da tecnologia, optando por uma ferramenta mais robusta e integrada que facilitou o controle operacional e estratégico, com indicadores mais alinhados ao negócio”.
Pontuou que, desde o início, a marca priorizou o design da loja e os processos internos com foco na experiência do cliente, cuidando de cada detalhe — da decoração à padronização das fichas técnicas e processos organizacionais — para garantir excelência no atendimento e na operação. Ele também abordou os desafios da expansão, afirmando que crescer dói. “A expansão exige preparo emocional, revisão constante dos processos e adaptação das equipes. É preciso colocar o foco na solução e curtir o caminho”.
Gestão da informação
O consultor Rogério Facine trouxe à tona a importância da gestão da informação e o uso consciente de ferramentas. “Muitos empresários ainda não tratam os processos com a assertividade necessária. O uso correto de sistemas — mesmo gratuitos — é essencial para entender o comportamento dos clientes e da equipe”, afirmou.
Ele alertou ainda para os riscos relacionados à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), pontuando que “não adianta ter o melhor sistema se a cultura interna não valoriza a alimentação de dados; informação precisa ser organizada, protegida e, acima de tudo, usada”. O empresário explicou que os dados operacionais, de apoio e estratégicos precisam estar integrados para que os processos fluam de maneira eficaz. “Não adianta um setor estar ajustado se o outro não cumpre sua parte. O elo mais fraco é quem dita o ritmo”, observou.
Ferramentas simples
Felipe Santos, especialista em experiências digitais, reforçou que a tecnologia só é útil quando bem aplicada. “O simples é o que funciona. Usar a tecnologia da moda sem planejamento pode gerar mais ruído do que resultado”, comentou.
Ele citou ferramentas como Trello, Notion e plataformas no-code como alternativas viáveis para pequenos negócios. “Hoje eu tenho um segundo cérebro, que é o Notion. Com ele, consigo estruturar ideias e processos de forma personalizada. Para quem está começando e não tem caixa, ferramentas no-code como o Bubble resolvem muita coisa sem precisar saber programar”.
Por fim, Santos ressaltou a importância de escutar todos os níveis da equipe. “Ignorar quem executa a microtarefa é um erro estratégico. Muitas vezes é essa pessoa que tem o conhecimento real do que funciona e do que não funciona”. E concluiu com uma reflexão sobre o futuro: “A tecnologia não para. O conhecimento precisa ser constantemente atualizado. Quem não se adapta, fica para trás”.














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